quinta-feira, 8 de abril de 2010

Memórias de uma borboleta.

Nunca pensei em escrever minhas memórias. Foi um ato de impulso, resultado de uma vida com algumas surpresas.
Como sabem, vivo minha vida da melhor forma possível, ou, pelo menos tento. Cada segundo é muito importante, cada segundo conta. Cada segundo pode ser decisivo para alguma atitude.

Não vou falar sobre tudo o que já vive, mas gostaria de falar sobre algo que estou vivendo nesse momento. Sobre uma incerteza que bate à minha porta. Me sinto dividida. Tenho sentimentos fortes por duas espécies diferentes: um pássaro e um boi.

Não sei como isso começou e nem quando. Só sei que, nesse exato momento, minha mente e meu coração não concordam um com o outro, mais que isso, eles não estão nem conversando. Já que é assim, terei que escrever pra ver se entro em um acordo comigo mesma.

Talvez pelo fato de sermos “parecidos”, me sinto muito ligada ao pássaro. Nós temos praticamente o mesmo tempo de vida, somos livres, e estamos sempre voando. O voar me seduz muito. Mas ao mesmo tempo me preocupa. Quando você está voando, não necessariamente, precisa de companhia. Muito pelo contrario, o voar é poder esquecer de tudo, apenas sentir.

Ah, nem posso falar sobre sentir. O pássaro é tão sensível quanto eu. Seríamos uma dupla perfeita. Voando céu adentro e criando nossa imagem do mundo. Uma que só nós saberíamos que existe, uma que só faria sentido para nós.

Mas, como todos dizem que os “opostos se atraem” contarei um pouco sobre o boi. O boi foi uma coisa diferente na minha vida. Ele chegou com uma força e por ali ficou. Diferentemente do pássaro, o boi não é nem um pouco sensível. Ele não fala e nem quer saber sobre um “relacionamento”, mas como poderia também? Sou uma borboleta. Pequena, indefesa e totalmente feminina. Acho que é isso que nos atrai, o fato de sermos tão diferentes.

Apesar de o boi não querer um relacionamento, nós nos davamos bem. Respeitando espaços, limites e até mesmo, sentimentos. Infelizmente, penso que o boi, aquele ser grandão, que se diz não ter sentimentos por nada, se apegou a uma pequena borboleta. Mas isso, é outra história. Deixe-me voltar a minha crise existencial.

Sinto que poderia ser feliz com qualquer um dos dois. E, como havia dito anteriormente, cada segundo faz uma grande diferença, pensando que não tenho tanto tempo assim.

Da mesma maneira que posso colocar, com a maior força e intensidade do mundo, qualquer um dos dois num pedastal, também posso tirar. Tudo o que fazem é “avaliado”, não de uma maneira fria e calculista, mas pensado de como aquela atitude me influenciou, ou melhor, de como ela me motivou a pensar bem ou mal.

O pássaro tem estilo, é sensível, e plana de uma maneira linda, daria para ficar olhando o dia inteiro ele lá no alto, planando. O movimento de suas asas, o vento. E o mais incrível, é saber que enquanto ele está lá, não está pensando em nada, só está se deixando levar. Cada movimento, é resultado do que está sentindo. Exatamente, igual a mim.
Ele foi tudo o que um dia eu quis.

Acho bem blasé aquela frase “você muda, o mundo muda”, mas vejo que isso é verdade. Certa vez, uma amiga minha me disse: “cliché é ser o não-clichê”. Hoje, concordo com ela, e não adianta eu dizer que não, eu mudei, desde o dia que nasci, eu mudo constantemente.

Percebi que o pássaro sempre vai ser importante na minha vida, que eu sempre vou me sentir atraida por ele. Que eu sempre vou precisar dele. Mas, no momento, o boi, aquele ser masculo e completamente protetor, é o que eu quero no momento. É com ele que me vejo. Tão diferentes, e tão iguais. O mesmo medo, as mesmas inseguranças, o mesmo sentimento.

Com ele me sinto segura, parece que nada pode me afetar, nada pode me machucar, a não ser, ele mesmo. A responsabilidade, o insitinto, o porte, tudo nele parece ser perfeito. Tudo se encaixa com o que necessito no momento. Não sei como sera daqui pra frente, mas quem sabe disso?

Tenho pouco tempo até conquistar meu lugarzinho nesse coração tão fechado e tão difícil de entrar. Mas, antes de qualquer attitude, antes de qualquer vontade subta de fazer alguma coisa, quis deixar registrado aqui, todo o meu conflito interno, até pra tentar entender, o que eu mesma não estava ententendo, minhas memórias. Memórias de uma borboleta.

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`Ah, se fosse só um sorriso. Ou talvez, palavras suaves e simpatia. Como ser mais, e mais sempre? Conta o segredo, que talvez o mundo melhore. Como cultivar o espírito de cumplicidade em pequenos gestos, e prová-lo em grandes? Conquistou um lugar para o resto da vida, certamente. O desejo de estar sempre perto, o acolhimento quando necessário. Mais do que palavras, atitudes. Sensatez elegante, o equilíbrio, o mistério, o mágico... A Gi!´ Enzo Sunahara.

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